A vingança de Skatharilarn não estava completa. E logo os heróis iriam descobrir isso.
Transtornados com a perda de Rylwen, o grande grupo confinado no pequeno barco se abateu. Se espalharam por onde podiam, mas não iriam mais dormir. Esperariam atentos, prontos para o dragão, se ele se atrevesse a voltar.
E foi o que ocorreu.
Skatharilarn surgiu como antes, silencioso e mortal, emergindo das escuras águas do Lago Esmel. E desta vez ao lado de Eldon e Sorin. Mas o grupo agora tinha uma vantagem: o barco estava em movimento. A terrível nuvem de escuridão do dragão ficava sempre para trás conforme o vento impulsionava as velas, assim como Skatharilarn deveria pousar no convés, ou voar para acompanhar o barco em movimento.
O dragão mostrou um estranho controle sobre a energia do Pendor das Sombras quando, a um gesto seu, tentáculos de sombra surgiram sob o barco, agarrando-o e atacando os heróis no convés. Os tentáculos atacavam em uma profusão por um lado, enquanto o dragão fazia o mesmo por outro. O movimento do barco o atrapalhava muito, além das criaturas convocadas por Sorin. Com esta vantagem, o grupo usou seus maiores poderes, e o dragão passou boa parte do tempo tentando acompanhar o barco ao mesmo tempo em que a criatura convocada restante lutava com ele.
Conforme atacavam, os tentáculos sacudiam o barco e derrubavam o grupo no convés e algumas vezes na água, mas o dragão não tinha oportunidade para se aproveitar disto. O barco crepitava abaixo, sob o aperto devastador. Os tentáculos de sombra não podiam ser atacados. Sorin percebeu que o fluxo de energia do Pendor das Sombras que fluía para eles podia ser interrompido. Ele e Eldon usaram seu poder arcano para isto, enquanto Malagar usou suas habilidades ladinas para emular um bloqueio, até que os tentáculos se desfizeram com a mesma velocidade que surgiram.
Skatharilarn logo estava muito ferido, seu plano se desfazendo. Mergulhando na água, continuou perseguindo o barco sem que os personagens o vissem, nadando para o lado oposto àquele em que atacava antes. Emergindo novamente, atacou Malagar, pronto para puxá-lo para as profundezas do lago. Mas a revolta do drow pelo o que aconteceu à Rylwen não deixou que ele fraquejasse ao amendrontador rujido do dragão. Skatharilarn tentou agarrá-lo, mas ele desviou, o traiçoeiro dragão tentou novamente, mas Malagar conseguiu escapar de suas garras antes de ser puxado, afastando-se.
Sendo atacado por todos os lados, o dragão decidiu se retirar, promentendo que na próxima vez que se encontrassem, o combate seria até a morte. Para nenhum deles haveria fuga. Sua honra já estava sendo testada demais.
Esperto é aquele que vive para lutar amanhã e em melhores condições. Os tolos lutam por honra até a morte.
Enquanto o dragão mergulhava, Malagar jurou sua vingança. Iria perseguir Skatharilarn. Iria encontrá-lo. E iria matá-lo.
A madrugada passou. O sol surgiu às costas do barco, como se seus raios o empurrassem. O dia passou lentamente, com lembranças de Rylwen surgindo nas mentes de todos, mas principalmente de Cefas, Eldon e Malagar. A cidade de Esmeltaran surgiu nas margens do lago no fim do dia. Enfeites para o Festival da Primavera que ocorreria em 12 dias já podiam ser vistos entre as bancas da feira que eram desmontadas na praça principal.
O grupo se dividiu. Cada um tinha assuntos importantes para resolver. Cefas, Eldon e Malagar foram ao Templo dos Verões Férteis, o templo de Pelor que era a segunda casa de Cefas. A maldição ainda perturbava o descanso deles, mas o sumo-sacerdote Daerlun poderia acabar com ela. Kriv foi à Biblioteca de Ioun. As igrejas de Ioun e Erathis eram aliadas na busca pelo Livro das Cinco Verdades e alí o draconato buscaria mais pistas. Hager foi ao Templo do Descanso Tranquilo, o templo da Rainha de Rapina, em busca de conforto e ajuda para descobrir quem matou seus companheiros e roubou o artefato antes guardado em seu monastério. Sorin foi ao Conclave da Sábia Arcana, em busca de pistas da atividade dos githyanki nesta região do mundo natural.
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