Chamas e Ossos Sessão 1, dia 13 de novembro (9º nível)

O ladrão lívido, espírito consumidor de sangue de um antigo ladrão de túmulos, e os sangues pútridos, formas gelatinosas de sangue apodrecido há centenas de anos, estavam derrotados.

O grupo alcançou o 9º nível.

Cefas, Eldon, Kriv, Malagar e Rylwen estavam parados entre os mausoléus, dentro de uma ampla câmara das tumbas da antiga Fortaleza Arcana. Itens fabulosos, tomos mágicos, livros de conhecimento e outros tesouros ocupavam cada um dos locais de descanso dos arcanos falecidos nos dias de glória da Fortaleza. E eram deles.

O Guardião dos túmulos ressurgiu, novamente grato. Então pediu a solução do enigma que havia proposto:

As riquezas dos Eladrins de Varnarienn não se comparavam àquelas conquistadas no Reinado da Casa Ienarai.

O Imperador Orsat era mais rico que seu meio-irmão, o Barão de Vau Mirdrin.

Os Sábios de Ioun declaravam: se o Reinado da Casa Ienarai conquistou mais riquezas que todos os Eladrins de Varnarienn, ainda assim o Imperador Orsat e seu meio-irmão eram mais ricos que o Reinado da Casa Ienarai, sem a necessidade de unir suas riquezas.

A fortuna da Rainha Erana só não era a mesma que a do Barão de Vau Mirdrin se o Imperador Orsat acumulou quantidade tal de riquezas em sua rápida campanha equivalente ao Reinado da Casa Ienarai após seus longos anos. Nem mais, nem menos.

Quem zombava dos outros por deter a maior riqueza?
Quem poderia se envergonhar por ter a menor fortuna?
Quem via apenas um ao olhar para cima?

O grupo pensou por um longo tempo, pela primeira vez se reunindo em busca das soluções misteriosas. Quando finalmente entraram em um consenso, respondendo ao Guardião, descobriram que apenas a primeira resposta estava correta. Todas deveriam estar para que eles recebessem as três previsões que foram prometidas.

Lembrando que expulsaram os gnolls usurpadores da energia arcana que ainda permeia o lugar e que estavam dando um descanso final aos espíritos que assombravam os túmulos, o Guardião aceitou revelar a previsão correspondente à primeira pergunta do enigma:

Quando obrigada foi a escuridão a se curvar
Luz sobre trevas por um breve tempo pôde reinar
Até que das sombras um velho e novo senhor irá se levantar
E governará sobre aqueles que levaram suas maquinações a fracassar

Perplexos pela previsão obscura, o grupo se focou em descobrir o que estava ali. Tudo era deles por direito, como declarou o Guardião. Encontraram muitos itens mágicos, livros de rituais, tomos de conhecimento, objetos de arte valiosos e muitas moedas de ouro e platina.

Neste meio tempo, Kriv aproveitou para ler o primeiro dos seus pergaminhos do Livro das Cinco Verdades: A Primeira Verdade.

Quando ele pôs seus olhos sobre os estranhos símbolos, um fluxo de imagens invadiu sua mente, como uma torrente que estoura uma enorme represa, enquanto os símbolos pareciam formar significados. Kriv se viu em algum lugar iluminado por muitas cores, envolto em um espessa névoa. Um grande braço humanóide, maior do que o maior navio que ele já tivesse visto, emergiu da névoa, negro e coberto por rios de magma, erguendo um poderoso e rústico machado, também negro. Mas outra sombra estava na névoa às suas costas: ele estava no meio de uma batalha. Uma gigantesca asa escura, mas multicolorida, emergiu, seu dono pronto para o golpe iminente.

E então ele voltou. Uma compreensão assombrosa o dominava. Ele podia perceber melhor as intenções de seus novos companheiros, assim como menores detalhes do ambiente podiam ser notados. Ele queria mais: A Segunda Verdade estava em sua posse.

Mas não havia tempo, tinham que continuar.

Iriam para onde uma poderosa voz falara com Cefas. Lá havia um poderoso mal, composto de espíritos corrompidos dos mortos em um terrível incêndio nos últimos dias da Fortaleza Arcana. Eles tinham uma vontade medonha, suficiente para reunir os menores pedaços de ossos que restassem nas tumbas. E justamente uma pilha de ossos e poeira dominava o centro de uma grande câmara. No outro lado, além de uma das grades já conhecidas que fechavam muitos corredores, algo flutuava, brilhando fracamente através da escuridão.

Cefas e Eldon carregavam fontes de iluminação, e logo foi possível ver do que se tratava: era um medalhão de prata, na forma de uma estrela de oito pontas. Sua corrente era de ouro e pérolas, e cada uma das pontas da estrela era decorada com safiras e fios de ouro. O brilho dourado era evidente e poderoso.

Novamente, Cefas ouviu em sua mente:

Servo de Pelor! Devemos nos unir para curar as feridas do Mundo. Venha e pegue-me.

Após Kriv forçar as grades, Cefas pegou o talismã, que falou que estava livre, mas que o que ele guardava também estava.

Os ossos na sala começaram a se mover, ondulando como um mar revolto. Uma criatura começava a se formar rapidamente, envolta em chamas. Três crânios flamejantes também se erguiam, com suas mandíbulas abertas, prontas para cuspir fogo.

A batalha com a escória das chamas e os crânios foi difícil, mas o revelado Talismã de Al'Akbar era poderoso e foi essencial. O grupo estava mais entrosado do que nunca, e mesmo com os ossos agarradores, conseguiram destruir a vontade da escória para sempre.

Finalmente poderiam sair dali. Tudo estava terminado.

O Talismã revelou que não estava completo. Sua outra metade era o Cálice de Al'Akbar, que teve os poderes suprimidos por alguém há quase cem anos, também impedindo que o Talismã deixasse as tumbas da Fortaleza Arcana. Mas agora, livre, o Talismã de Al'Akbar guiaria Cefas e seus companheiros até o Cálice, pois eles devem se unir novamente. O Cálice estava à oeste. E é a direção da cidade de Esmeltaran.

Kriv voltou-se para A Segunda Verdade: era a hora de entendê-la.

Desta vez, um vasto deserto estava coberto com fluxos de muitas cores. E algo se agitava no horizonte. O que seria?